quinta-feira, 9 de maio de 2013

n#OO1 Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças


"I Loved you on this day. I love this memory" 
Eternal Sunshine of the Spotless Mind 




A história fala de um amor. Um amor sem fronteiras temporais ou fisiológicas. Tudo começa a acontecer quando Clementine (Kate Winslet) resolve, depois de um relacionamento conturbados de brigas, terminar com Joel (Jim Carrey), e ao terminar resolve fazer um procedimento cirúrgico de apagar Joel de sua memória. Após saber da atitude de Clementine, Joel resolve apagar sua memória também e tudo que restou de Clementine. O interessante deste filme além de sua direção maravilhosa feita por Michel Gonry, podemos ver como o roteiro é bem bolado. Todo o filme é contato de trás para frente. Com diversos sentidos e mensagens propostas pelo filme. "Amor de verdade nunca se esquece"? "Não tem como apagar de verdade alguém nem se tivesse algum procedimento cirúrgico para o amor?" Ou quem sabe: "amor, é inapagável?"

Antes de mais nada o que apagar uma lembrança? Para a visão junguiana seria talvez a renuncia de um aspecto próprio da identidade, uma característica pessoal própria vivenciada com emoções e percepções únicas. Clementine por exemplo, ao remover Joel de suas lembranças, renegou todas as emoções e aspectors daquela realidade que um vez teve. Viram todas sombras de uma lembrança que nunca existiu. Tornando-se por fim sentimentos de indiferença em relação ao próprio Joel.

E o que Freud diria sobre isso. "É a sua mãe!" Quero dizer.... :
"Bastar-nos-á, pois, saber o lugar no qual encontrar a recordação assim fixada para podê-la reproduzir" Freud
O filme tem a psique em todo o texto. Esses fantasmas o qual é chamado de memória faz que com um simples movimento apague o que protegia e o que tinha sido desenhado. E Freud, aah sim, Freud. Ele já sabia sobre essa ideia da memória fantasmagórica. Tanto que nada melhor do que começar esse blog com um filme o qual todos os personagens do filme transpõem uma visão psicanalítica do mundo.

Visão que, vamos combinar, o cinema sempre amou...

...e nós também.



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